Saúde dos mais velhos está associada à motivação

Pesquisadores enfatizam que a discriminação é extremamente perniciosa, afetando a capacidade de engajamento dos idosos

Divididas em quatro periódicos diferentes, “The Journals of Gerontology” são as primeiras revistas científicas sobre envelhecimento publicadas nos Estados Unidos. No início de outubro, foi lançado um número contendo nove artigos, que podem ser lidos gratuitamente, que se concentram numa “receita” para o envelhecimento saudável: motivação. No suplemento, pesquisadores revisaram estudos realizados na área da ciência da motivação, que investiga o que as pessoas desejam, rejeitam ou temem; como transformam esses sentimentos em objetivos a serem alcançados; de que forma continuam apegadas a essas metas ou se as abandonam; e como se dá todo o processo ao longo do tempo.

O trabalho é resultado de três oficinas interdisciplinares que reuniram profissionais de áreas como psicologia, psiquiatria, neurociência, geriatria, gerontologia e saúde pública. Juntos apontam para o papel central da motivação para envelhecer bem. Num deles, “Effort mobilization and healthy aging” (“O esforço da mobilização e o envelhecimento saudável”), os autores enfatizam que, embora as pessoas tenham conhecimento sobre a necessidade de manter um estilo de vida saudável, resultados positivos dependem de empenho – esforço e persistência estão ligados não apenas a fatores físicos, mas também psicológicos e sociais.

Como era de se esperar, os pesquisadores ressaltam que a discriminação é extremamente perniciosa para os idosos: sua carga negativa causa estresse e reduz a autoestima, afetando sua capacidade de engajamento – não somente em atividades prazerosas, mas inclusive no controle de doenças crônicas. Eu complementaria: é o equivalente a envenená-los. Por isso, conexões sociais significativas funcionam como uma rede de proteção para alimentar o que os japoneses chamam de ikigai: um motivo para sair da cama todos os dias. Além disso, pregam que as políticas públicas de saúde deveriam oferecer à população suporte para mudanças comportamentais e a adoção de hábitos saudáveis, que vai se refletir na velhice. A “receita” está dada, mas cabe à sociedade como um todo fazer com que aconteça.

Fonte: G1

 

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